quarta-feira, 18 de julho de 2012

Especial Glenn Branca: as sinfonias para guitarra

Bastaram alguns anos para que Glenn Branca passasse das peças para guitarra como Lesson n. 1 e n. 2, The Ascension e The Spectacular Commodity para as famosas sinfonias para guitarra, conhecidas principalmente pela intensidade provocada pelo clímax sustentado - logo nos primeiros minutos, a música atinge o ápice, que é mantido por quinze, vinte minutos, num orgasmo eterno em que prazer e dor viram uma coisa só.

Nessas obras, Branca também explora diversas possibilidades sonoras, entre elas os acordes cluster (para isso, as cordas da guitarra são afinadas em uma mesma nota, só variando a oitava: as duas mais graves em mi, as duas intermediárias em mi uma oitava acima e as duas mais agudas em mi duas oitavas acima), os microtons, os fenômenos acústicos (sons que não estão na partitura, mas que aparecem por causa do volume, da distorção e da interação entre as várias guitarras).

Para atingir os efeitos sonoros desejados, algumas vezes Branca se viu obrigado a botar a mão na massa e criar os instrumentos que pudessem levar para o mundo real os sons que tocam na sua cachola. Esse é o caso da mallet guitar, espécie de guitarra percussiva utilizada na belíssima Sinfonia n. 2, e dessa guitarra-de-duas-cabeças:


A mais famosa das sinfonias para guitarra é a número 6, batizada de Devil Choirs at The Gates of Heaven, sobre a qual já falei um pouco aqui.

No vídeo abaixo, uma apresentação completa com as sinfonias 8 e 10, chamadas de Mysteries. O áudio do iutubiu não faz jus à complexidade sonora das peças, mas vale a pena ver:



Neste link, há um artigo do Village Voice em que Branca comenta cada uma de suas sinfonias. Recomendadíssimo.

Mais Glenn Branquices na página do Facebook - curte lá!
Link


.

Nenhum comentário: