quarta-feira, 29 de julho de 2009

A arte de fazer o infazível


Para uma pessoa regravar The Velvet Underground & Nico é preciso:

a) ser doente da cabeça
b) ser um gênio
c) não ter superego
d) não se levar muito à sério ou se levar à sério demais
e) sofrer de megalomania
f) todas as anteriores + ser cientologista + ser autor do verso In the time of chimpanzes I was a monkey

Acertou quem escolheu a alternativa F.

Já faz mais de um mês que Beck vem se dedicando à perigosa tarefa. E o resultado, meu deus... Dizer que está melhor que o original seria uma heresia comparável a cuspir na cruz, mas que o trabalho do Beck tá FODA, isso é fato. As combinações de instrumentos, as desafinações, os arranjos, os vocais... só pra ter uma ideia ele enfiou um alaude em All Tomorrows Parties e transformou Run Run Run em música de videogame vintage, tipo Mario Bros.

A cada semana ele posta um vídeo com uma faixa do álbum, devidamente beckeada. A próxima é Heroin. Se ele conseguir fazer algo que chegue na sola do pé da original, eu juro que vou tatuar "BECK" na testa.

É só ir em www.beck.com/record_club pra conferir.

E na home do site também tem links para versões acústicas de faixas de Modern Guilt, sets, clipes e uma entrevista do Beck com Tom Waits.

440 Hz (volume 2): Versões

Sempre achei versão um negócio medonho, que remete à falta de talento para a música e ao excesso de talento para o negócio dos artistas medíocres da Jovem Guarda (Robertão e Erasmo não se incluem aí, ok?), ou às piores bandas do já horroroso rock brasileiro da década de 80 - lembram do Nenhum de Nós transformando Starman do Bowie em Astronauta de Mármore ou do Dinho Ouro Preto tentando dar uma de Iggy Pop em O Passageiro? Pois é ...

Poréééém, andei ouvindo uns discos que pessoas bacanas gravaram nos anos 80 e adivinha? Versões. Ney Matogrosso, no ótimo álbum Mato Grosso, fez a cagada de registrar uma versão de Johnny B. Good chamada Johnny Pirou, de autoria de Leo Jaime (!!!) e Tavinho Paes. Atenção para o refrão : Goool, gol do Mengão foi gooool. Eles tentaram fazer algo engraçado mas o resultado foi triste, muito triste.

Cida Moreyra também entrou nessa e gravou Furacão, versão que Miguel Paiva fez de Hurricane, do Dylan - ééé, aquela música enooorme que conta a história do boxeador que foi preso só porque era negro. Tirando um erro gramatical do refrão (Essa é a estória do Furacão/ que a justiça errou na decisão), a letra ficou bacana, bem fiel à original. Mas o resultado... sei lá... parece meio sem sentido passar essa música para o português, sendo que ela trata de um caso tipicamente estadunidense.

Mas o que me deixou passada mesmo foi que o poeta concretista Augusto de Campos fez uma versão de Little Wing, do Hendrix, chamada Asa Linda. Pelo título já dá pra perceber que deve se tratar de uma bomba. E é mesmo. Gravada por Tiago Araripe em Cabelos de Sansão, é um festival de bolas na trave - não sei se por causa da letra, que não é assim tão horrorosa, ou da interpretação meio travada de Araripe.

No entanto, tem uma que eu gosto... É Melro, versão de Blackbird que Tetê Espíndola gravou em Piraretã, sem primeiro álbum-solo. Apesar de só a hipótese de versão de uma música dos Beatles já me dar arrepios, essa saiu muito boa. A letra, vertida para o português por Carlos Rennó, é praticamente uma tradução da original. E o arranjo é lindo, assim como a interpretação da Tetê. Ficou uma coisa meio hipponga, meio regional. Sertanejo lisérgico, como diria Arrigo Barnabé.

Enfim, a moral da história é: se você não for Tetê Espíndola, nem pense em fazer versões.

ps.: ok, se você for Gilberto Gil e quiser passar Bob Marley pro português também tá liberado.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

440 Hz: Neotango


Tango + rock + rap + música eletrônica + Buenos Aires + Berlim

O tango é um self-made man. Nascido por volta de 1880 em prostíbulos da periferia de Buenos Aires e Montevidéu, era originalmente um gênero musical instrumental e dançante – e foi justamente sua dança sensual o motivo por ter sido considerado maldito e pecaminoso durante muitos anos. Tanto que demorou para penetrar mesmo nos cortiços do arrabal (subúrbio) portenho. Mas conseguiu. Nos anos 20, devido a mudanças na política argentina e ao deslocamento da prostituição para o centro da cidade, foi abrindo espaço nos cabarés chiques de Buenos Aires. Na década de 1930, conheceu a glória na voz de Carlos Gardel, tão adorado pelos argentinos quanto Evita Perón. Nos anos 50, Astor Piazzolla fundiu elementos de jazz e música erudita ao tango, levando a música do Rio de la Plata para as salas de concerto de diversos países – e também levando os puristas, que já não viam Gardel com bons olhos, ao desespero. Hoje, cidadão do mundo, o tango absorve todo tipo de influência e inspira músicos tanto da Argentina e do Uruguai quanto da França e da Alemanha. É o Novo Tango. Nuevo Tango. Neotango.

Origens remotas

Em uma primeira audição, este novo tango parece ser nada mais do que o velho tango com uma roupagem modernosa que inclui jazz, rock, pop, rap e muita música eletrônica. Com um pouco mais de cuidado e atenção, contudo, é possível perceber que não se trata apenas de um travestismo musical: o neotango tem personalidade própria e apresenta maneiras singulares de conectar o presente à tradição do passado.

A maioria dos grupos da nova safra já tem no próprio nome ou a palavra “tango” (como Tanghetto, Tangothic, Tango Crash) ou outras relacionadas a esse universo (como Otros Aires, um trocadilho com Buenos Aires, e San Telmo Lounge, que remete a um dos bairros da capital argentina). Os dois principais expoentes do neotango – Gotan Project e Bajofondo Tango Club (que a partir de 2007 deixou o tango um pouco de lado e passou a se chamar somente Bajofondo) – trazem em seus nomes um pouco da história remota do estilo. “Gotan” vem do lunfardo, a gíria da marginalia portenha, e é a palavra “tango” com as sílabas invertidas – prática chamada de vesre (“revés” ao contrário). Já Bajofondo significa bas-fond, submundo, e faz alusão à origem prostibulária do gênero musical.
O olhar para dentro de si mesmo também aparece nas letras de muitas canções. “Notas”, da banda Gotan Project, por exemplo, é quase uma árvore genealógica:

Africanos en las pampas argentinas
toques y llamadas de tambores

candombe, tango


Un gaucho y una guitarra

la payada milonguera y el fantasma de la indiada

china, cebame un mate
tango

Marineros, inmigrantes,
bandoneón, violín y flauta
habanera, canzonetas de los tanos

piano piano nació el tango


Nació el baile compadrito y orillero
guapo, futurista y nostalgioso
mestizaje de europeos, negros, indios
en el Río de la Plata
hace mucho,
no se sabe justo cuándo
un buen día nació el Tango

Nessa busca pelas raízes, a contribuição da música negra (mais especificamente do candombe) para o surgimento do tango vem sendo resgatada. Batidas eletrônicas dividem espaço com instrumentos de percussão de origem africana, como a conga. São bons exemplos “Domingo”, do Gotan Project, e “Un paso más Allá”, de Carlos Libedinski. Nesta última, as origens remotas também aparecem na melodia principal, executada por uma flauta – instrumento que perdeu espaço após a introdução do bandoneón, ainda no século XIX.

Extrair trechos de músicas antigas e utiliza-los como samples é um procedimento bastante adotado pelos grupos da nova geração. Otros Aires, primeiro disco da banda homônima, traz diversas faixas nas quais pedaços de canções gravadas por Gardel são fundidas a grooves eletrônicos. O contraste entre a gravação em mono já desgastada pelo tempo e os recursos tecnológicos de hoje é bem interessante.

Mais festa, menos drama

Seguindo a vertente de Piazzolla, o neotango é majoritariamente instrumental, com a diferença de que seu espaço não é o da sala de concerto e sim o da pista de dança. Para quem fica tonto só de assistir às cruzadas de pernas dos milongueros, uma boa notícia: não é preciso saber nenhum passo nem estar em par para dançar o novo tango. Em Emmigrante, primeiro álbum do Tanghetto, a fusão entre tango e house music – gênero mais comercial da música eletrônica – garante uma ótima trilha sonora para festas e baladas. É, novamente, a retomada de uma característica do passado: nos seus primeiros anos de vida, o tango foi uma dança alegre e divertida e não “um pensamento triste que se baila”, como o classificou o compositor Enrique Santos Discépolo (1901-1951).

O tango-canção, contudo, não foi abandonado. Além das já citadas letras auto-referentes, as de caráter sentimental continuam em voga, embora com abordagem bastante diferente da tradicional. Histórias trágicas envolvendo adultério, perda, vingança e desilusão dão lugar a versos carregados de um romantismo sereno ou de uma leve melancolia, como acontece em “Perfume”, do Bajofondo Tango Club: No hay soledad/ Que aguante el envión / El impulso antiguo y sutil / Del eco de tu perfume...

Seguindo essa linha, os vozeirões dramáticos à la Gardel ou Julio Sosa são substituídos por vozes mais suaves, em sua maioria femininas. Isso representa uma grande mudança no universo tangueiro. Por décadas, a mulher foi somente tema de canções – e de canções bem machistas, nas quais aparecia como falsa, dissimulada, adúltera, interesseira y otras cositas más. Dentre as cantoras, destacam-se Cristina Vilallonga e Veronica Loza, que gravaram, respectivamente, com Gotán Project e Bajofondo. No neotango, também é comum a participação de MCs (cantores de rap), como Apolo Novax e Chili Parker, do grupo Koxmoz, que emprestaram suas rimas para “Mi Confesion”, do Gotan.

Webtango

Quem quer conhecer esse novo universo tangueiro mas não está disposto a desempolsar algumas centenas de pesos em discos pode dar uma conferida no Myspace dos grupos e artistas. Porque, além de cidadão do mundo, o neotango é cidadão da rede. Algumas sugestões (sem link):

www.myspace.com/gotanproject
www.myspace.com/bajofondomardulce
www.myspace.com/tanghetto
www.myspace.com/carloslibedinsky
www.myspace.com/otrosaires
www.myspace.com/santelmolounge
www.myspace.com/zambomusik
www.myspace.com/tangotronics
www.myspace.com/tangothic
www.myspace.com/tangocrash

E tem muito mais…

ps.: a foto que ilustra o post é do desfile de Victor Dzenk na Fashion Rio de janeiro de 2009. O tema da coleção era tango e a banda que tocou no desfile é a Ultratango. Peguei a foto daqui.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Pauliceia Avant-Garde: Punk rock peculiar


Que os artistas da vanguarda paulistana não obtiveram o devido reconhecimento e espaço na mídia não é nenhuma grande revelação. Dentre os inúmeros talentos que ficaram em uma espécie de limbo (amados pela crítica, desconhecidos do público), um caso é particularmente intrigante: o de Paulo Barnabé. Multiinstrumentista, ele participou dos dois álbuns seminais do "movimento", Beleléu, Leléu, Eu, de Itamar Assumpção, e Clara Crocodilo, do irmão Arrigo Barnabé (e não foi só como instrumentista; Paulo também ajudou na criação de arranjos); além de ter criado um dos grupos mais intrigantes dos anos 80, a Patife Band.

Em 1985, a Patife lançou seu primeiro EP. Em 1987, veio o primeiro e, por muito tempo, único LP, Corredor Polonês. Desconhecido e impossível de se achar em lojas de disco, Corredor Polonês é daqueles álbuns que é preciso ouvir diversas vezes para crer. Porque misturar elementos de música erudita de vanguarda (frases atonais, ritmos quebrados) com a urgência e a energia do punk rock realmente não é para qualquer um - se alguém conhecer outra banda que faça isso, favor me avisar.

No meio do caminho ainda aparecem referências à música brasileira, ao jazz e ao rock progressivo. As letras tratam das neuroses típicas das grandes metrópoles, como em Pesadelo ("Você não consegue dormir sem beber/ já faz muito tempo que não") e em Tô tenso ("Tô tenso, tô tenso, tô tenso/ tô cansado/ propenso, propenso, propenso/ ao suicídio").

A faixa mais surpreendente, na minha opinião é Poema em linha reta, uma "parceria" da Patife com Fernando Pessoa. Imbuídos da nada mole tarefa de musicar os versos iniciais de um poema que não tem rimas e foi escrito em verso livre, os patifes se saíram absurdamente bem. Em vez de tentar encaixar o texto a fórceps na música, eles optaram por utilizar os versos de Pessoa como base para a estrutura da música e também para a interpretação. Criaram, assim, o complemento perfeito para os versos violentos do português.

O disco fecha com uma versão sertaneja (com acordeão e sotaque caipira) para Vida de Operário, do grupo de punk rock Excomungados - considerado, e com muita justiça, a pior banda do mundo.

Pra baixar Corredor Polonês, é só clicar aqui.
E para baixar a versão original de Vida de Operário, com os Excomungados, clique aqui.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Clássicos do dia 7: Swans - Cop

Todo dia, quando abro o jornal na parte de quadrinhos, cogito se vou ler ou não a tirinha do Laerte. O fato de parar para pensar se vou fazer algo tão prosaico quanto ler uma tira já é um indício de que ali tem coisa – afinal, não seria mais fácil simplesmente pular ou simplesmente ler os quadrinhos? Acontece que o material que Laerte vem publicando de uns anos para cá é perturbador. Primeiro porque ele cria quadrinhos sem sentido aparente; segundo porque, ao não escolher um alvo específico (um político, a high society, as tribos urbanas), Laerte parece endereçar sua crítica a toda a humanidade – incluindo aí, obviamente, o próprio leitor. Temas como medo, ódio, crueldade e solidão são abordados sem passar pelo filtro do humor (como acontece com a maioria das outras tirinhas publicadas no jornal). Em vez de assoprar, Laerte enfia o dedo na ferida humana. Exemplos:



Quando ouvi a banda Swans, o trabalho de Laerte e a sensação de profundo desconforto que ele causa logo me vieram à mente – e ao estômago. O Swans surgiu em Nova York em meio à cena no wave. Debutou em 1982 com um EP auto-intitulado e, no ano seguinte, lançou o primeiro álbum, Filth. Enquanto James Chance and the Contortions era altamente influenciado pelo free jazz e Lydia Lunch representava a urgência e tosquice típicas do punk rock, o Swans pode ser considerado uma espécie de “braço metaleiro” do movimento. O som do grupo, com guitarras distorcidas até o talo e vocais quase guturais, ao mesmo tempo em que tem algo do precursor Black Sabbath, parece enveredar pelos caminhos cada vez mais extremos que o metal começava a tomar – thrash metal, death metal, black metal...

Em 1984, veio o disco Cop, no qual o grupo exacerbou os elementos já presentes nos trabalhos anteriores, especialmente a repetição. A guitarra e o baixo altamente distorcidos e uma bateria robótica executam uma mesma célula durante toda a música (às vezes, aparece uma ou outra variação mínima, como uma batida em tempo diferente). O andamento arrastado, que faz Cop parecer um disco do Slayer em rotação lenta, aumenta o desconforto e a sensação de sofrimento que emana de cada uma das oito faixas do álbum. Sobre essa base instrumental pesada e hipnótica, Michael Gira grunhe versos como Cut off the arms/ Cut off the legs/ Cut off the head/ Get rid of the body (de Job), I need you more than i hate myself (de Why Hide), You're too close/ I don't recognize your smell/ You're in the wrong skin/ I don't recognize your face/ Your mouth smells strange (de Butcher).

As letras do Swans, assim como os quadrinhos do Laerte, não têm um sentido preciso. Elas apenas evocam imagens grotescas e inquietantes. Pode ser apenas uma mente perturbada delirando. Ou pode ser uma mente altamente lúcida trazendo nossas perturbações mais profundas à tona. Nesse ponto, é importante destacar o seguinte: existe uma vertente do metal, o gore, que também trata de assuntos meigos como assassinato, desmembramento, vermes comendo carne podre. Mas no caso do Swans o propósito é outro. Enquanto a música de bandas como Cannibal Corpse é análoga a um filme trash (ou seja, mais faz rir do que assusta), a do Swans é realmente perturbadora por ter um caráter metafórico, alegórico. Quando Michael Gira grita Corte os braços, corte as pernas, se livre do corpo, ele não está lendo um manual de instruções de como ser serial killer. O objetivo, me parece, é falar das crueldades humanas do dia-a-dia, das pequenas (?) maldades que cometemos; ou alertar para a carga de violência que trazemos escondida sob o manto da civilização; ou ainda ser simplesmente desagradável – o que não vai mudar o mundo, mas também não permitirá que o ouvinte desfrute da música como entretenimento descartável.

A pancada no estômago mais dolorida é proporcionada pela faixa-título, Cop:

The punishment fits the crime
Nothing beats humiliation
Humiliation's a disease
Nothing beats humiliation
Nothing beats them like a cop with a club
Nothing beats them like a cop in jail
Nothing beats their head like a cop with a club
Nothing beats their head in like a cop in jail
Nothing hurts some like a cop with a club
Nothing beats some like a cop in jail
Nobody rapes them like a cop with his club
Nothing hurts some like a cop when it’s done
Nobody beats some like a cop in jail
Nobody burns them like a cop with a match
Nobody burns their body like a cop in jail
Nobody burns their skin like a cop with a match
Nobody has as much fun as a cop
The heat hurts
Humiliation's a disease

Cop, como todas as outras faixas, possui uma estrutura repetitiva. Quando vem o verso Nobody has as much fun as a cop, no entanto, a bateria faz uma virada. Em seguida, a mesma célula de antes é retomada e a frase The heat hurts é repetida incessantemente durante mais de TRÊS MINUTOS. Novamente, defendo a ideia de que o tema tratado não é a violência policial (específico) e sim a capacidade de fazer coisas terríveis que o ser humano possui (geral). Isso me fez lembrar do famoso experimento realizado pela Universidade de Stanford em 1971. O grupo de pesquisa queria estudar os efeitos psicológicos que operavam sobre prisioneiros e guardas de prisão. Para isso, selecionaram 24 voluntários. Todos eram universitários e passaram por um teste para eliminar candidatos com problemas psicológicos ou abuso de drogas. Os 24 eram, portanto, pessoas normais interessadas em cooperar em um trabalho científico e em descolar 15 dólares por dia. Esses 24 voluntários foram divididos ao acaso entre prisioneiros e guardas (o critério usado foi uma aposta de cara ou coroa), uma prisão improvisada foi montada na universidade e o experimento começou. No primeiro dia, todos estavam desconfortáveis em seus papéis, não sabiam direito o que fazer. Mas isso logo mudou. Tanto que o experimento, que deveria durar duas semanas, teve de ser cancelado após seis dias. Os “guardas” chegaram a um nível de brutalidade tão grande e os “prisioneiros” estavam se desintegrando tão rapidamente que a situação se tornou insustentável. À partir do momento em que a autoridade foi conferida a pessoas comuns, elas se tornaram monstros capazes de torturar e humilhar semelhantes – que, por sinal, não haviam cometido delito algum; eram apenas estudantes como os “guardas”.

A humanidade é ou não é assustadora?

Dá para baixar o Swans aqui. Aliás, esse blog me pareceu bem legal - nunca ouvi falar em 99% das bandas que estão lá...

domingo, 5 de julho de 2009

Primeira volta ao redor do sol

E eis que ontem este blog completou um aninho de existência. Alguns acertos, muitos erros, praticamente nenhum leitor e uma blogueira relapsa resumem esse primeiro ano de existência. Que os próximos sejam melhores - ah, sim, porque mesmo com todos esses problemas, continuarei com o blog.

Bom, como o start dele foi um texto sobre a no wave, achei que a melhor maneira de comemorar o aniversário de um ano seria com uma bela seleção no wave, ao mesmo tempo barulhenta e dançante. Pra baixar, é só clicar aqui.

Track list:

1. Sonic Youth - Kill Yr. Idols
2. James Chance and the Contortions - Roving Eye
3. Pere Ubu - Life Stinks
4. Mars - Helen Fordsdale
5. Suicide - Ghost Rider
6. Swans - Seal it Over
7. Sonic Youth w/ Lydia Lunch - Death Valley '69
8. Mission of Burma - New Nails
9. DNA - Blonde Red Head
10. Theoretical Girls - Lovin in the Red